ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 25-5-2016.
Aos vinte e cinco dias do
mês de maio do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Cassio Trogildo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel,Kevin Krieger, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Sofia Cavedon. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
registraram presença Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, José Freitas,
Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio
Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Prof. Alex Fraga, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Resolução
nº 013/16 (Processo nº 0885/16), de autoria de Delegado Cleiton; os Projetos de
Lei do Legislativo nos 229/15, 083 e 084/16 (Processos nos
2313/15, 0947 e 0948/16, respectivamente), de autoria de João Carlos Nedel; e o
Projeto de Lei do Legislativo nº 106/16 (Processo nº 1104/16), de autoria de
Waldir Canal. Após, foi apregoado o Memorando nº 046/16, do Presidente,
informando que Jussara Cony estará representando externamente este Legislativo,
no dia vinte e cinco de maio do corrente, no Grande Expediente da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul sobre “A Luta de Resistência e as
Ocupações nas Escolas”, às quatorze horas, no Palácio Farroupilha, em Porto
Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos: 016/16, de
Cristiano Vieira Heerdt, Defensor Público-Geral do Estado do Rio Grande do Sul;
095/16, de Ivanilde Nascimento de Castro, Coordenadora-Geral do Ministério da
Cultura; 324 e 364/16, de Marcos Alexandre Almeida, Coordenador de Filial –
GIGOV/PO – Caixa Econômica Federal; e 4247/16, de Jaime Vicente Borin,
Executivo de Relações Institucionais da Oi. A seguir, por solicitação de
Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a
Amauri Collares Osório e a Antonio Carlos Azevedo. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, Paulo Brum, Sofia Cavedon, Fernanda
Melchionna e Engº Comassetto. Às quatorze horas e cinquenta e sete minutos,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram aprovados Requerimentos
verbais formulados por Sofia Cavedon e Reginaldo Pujol, solicitando alterações
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 008/16 (Processo nº
0877/16), por vinte e cinco votos SIM e sete ABSTENÇÕES, após ser discutido por
Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, Lourdes
Sprenger, Engº Comassetto, Sofia Cavedon, Dr. Thiago, Adeli Sell, Prof. Alex
Fraga e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo
votado Sim Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, José Freitas, Kevin Krieger, Luciano
Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni,Valter Nagelstein e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Em Votação, foi aprovado o Requerimento
nº 056/16 (Processo nº 1223/16), por doze votos SIM, cinco votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação por Sofia Cavedon, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Prof. Alex Fraga, Engº Comassetto, Adeli Sell, Dr. Thiago e
Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado
Sim Adeli Sell, Airto Ferronato, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni e Sofia Cavedon, votado Não Dr. Thiago,
Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, Kevin Krieger e Mendes Ribeiro e
optado pela Abstenção Dr. Goulart. Após, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Paulinho Motorista, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovada a Indicação nº
026/16 (Processo nº 1166/16). Após, foram aprovados Requerimentos verbais
formulados por Waldir Canal, João Carlos Nedel e Marcelo Sgarbossa, solicitando
alterações na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 055/16 (Processo nº 1207/16). Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Resolução nº 004/16 e
os Projetos de Lei do Executivo nos 045/12 e 004/16 (Processos nos
0409/16, 2452/12 e 0519/16, respectivamente). Após, foi aprovado Requerimento
de autoria de João Carlos Nedel, solicitando a retirada de tramitação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 200/15 (Processo nº 2032/15). Às dezesseis
horas e cinquenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada por Reginaldo Pujol, foi encerrada a
Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 078, 082, 086 e 089/16, o Projeto
de Lei do Executivo nº 013/16 e os Projetos de Resolução nos 014 e
016/16; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
017 e 019/16 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 039/16, estes três discutidos
por Sofia Cavedon e Reginaldo Pujol, e o Projeto de Lei do Executivo nº 012/16.
Ainda, Kevin Krieger pronunciou-se durante o período de Pauta. Durante a
sessão, Jussara Cony, Kevin Krieger, Dr. Thiago, Sofia Cavedon e Idenir Cecchim
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as
presenças, neste Plenário, de Margarete Moraes, ex-vereadora deste Legislativo,
de Antenor Ferrari, Deputado Estadual, e de Ana Paula Visentini, Jeferson
Gonçalves Anflor Ferreira e Allan Santin Garcia, novos servidores deste
Legislativo. Às dezessete horas e quatorze minutos, o Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, apresento à Mesa um
Requerimento, que peço que seja levado ao plenário, requerendo que a Casa
preste homenagem póstuma a duas figuras muito gradas não só a mim, ao meu
Partido, como à sociedade de Porto Alegre, que foi o passamento, nos últimos
dias, do Sr. Amauri Collares Osório, antigo servidor do Departamento Municipal
de Habitação, hoje beirando os 90 anos de idade, oriundo que foi do
Departamento da Casa Popular, e que veio a falecer nos últimos dias, fato esse
que também ocorreu, para nosso desagrado, com o ex-Deputado Antonio Carlos
Azevedo, ocorrido no dia de anteontem. Ambos, no nosso entendimento, fazem jus
às homenagens póstumas da Casa, daí o requerimento pedindo minuto de silêncio
em homenagem póstuma a essas duas figuras gradas da sociedade de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Deferimos o
pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI:
Boa tarde, queridos colegas, Vereadores e Vereadoras; Ver. Cassio Trogildo,
nosso Presidente querido, público que nos assiste; eu hoje trago aqui um das
coisas que, na minha opinião, a gente tem procurado fazer, que é uma luta
grandiosa em torno das leis, André, tu que és advogado, espero que no futuro tu
me salves de vários processos, porque, enquanto não houver legislação, a coisa
tem que ser no soco mesmo, infelizmente, porque a lei, hoje, praticamente,
inexiste. Então, para que tenhas ideia, meu irmão, se quiseres essa comigo, já
é uma boa. Assim como não deu nada no caso do cachorrinho, lembram, não deu
nada, nada; assim como não deu nada no caso da cadela estuprada. Agora, um
conjunto de idiotas, de Panambi, entrou num processo de rinha – que é
tradicional aqui – e, lamentavelmente, inclusive, os envolvidos normalmente não
são figuras simples da comunidade, até porque os galos, assim como os Pit Bulls, para quem não sabe, custam R$
5, 10, 15 mil. E as apostas têm valores altíssimos, ou seja, não é o pobre que
faz a rinha, como a gente imagina. Quem faz a rinha, normalmente, são figuras
tradicionais das comunidades, muito políticos, muitos figurões de grandes
setores jurídicos, da polícia, e eu acho que isso não tem que nos deixar
intimidar. Hoje mesmo, eu estava falando com um colega da Brigada Militar que
dizia para mim que, infelizmente, mexer com essa gente é difícil. Só que o
problema é o seguinte: se, para nós, que temos voz, é difícil, imagina para um
animal que sofre essa situação, e até a morte. E assim como esses idiotas fizeram
isso lá em Panambi, aqui em Porto Alegre também tem. Todo mundo sabe aonde tem,
e ninguém encara. Então, a gente tem a obrigação de denunciar.
Quero fazer uma denúncia, mais uma vez, um
pedido, espero que algum ser iluminado do Ministério Público ou do Judiciário
assista a TV Câmara, ou de alguma maneira acesse isso, para que seja levado, de
fato, às últimas consequências, porque, como eu falei, quando eu vir o
primeiro, Thiaguinho, o primeiro indivíduo preso por um crime animal, tu que és
da Saúde, o primeiro, um só, tu perdes um colega, eu saio fora. Quando, tu
vires na cadeia e me provar: Maroni, aquele ali foi preso porque fez um crime
animal, eu to fora daqui. Só, como eu sei que está bastante distante,
provavelmente eu vou sair
daqui por desistência antes de alguém estar na cadeia.
Queria
também fazer uma reflexão que acho muito importante, pedindo a sensibilidade
dos meus colegas e de quem ainda tem um coração dentro do peito: muitos de nós,
da humanidade, já o perderam, e a nossa vida, a nossa rotina vão acabando;
algumas pessoas perdem o coração muito cedo, outras perdem depois, outras levam
anos e anos para perder, mas, infelizmente, hoje nós temos uma maioria que tem
pouco coração, tem muito ego, muita vaidade e a parte sensível, a parte do coração
diminuída, até porque acho que na nossa sociedade individualista não é
valorizado quem tem e quem se mantém pulsante a partir das suas perspectivas de
amor incondicional e daquilo que nos foi ensinado quando criança. Por isso eu
digo que as crianças se assemelham aos animais: é mais fácil lidares com uma
criança do que com um animal. Virar adulto é uma coisa chata, e virar adulto
como a gente é hoje, na nossa geração, é mais chato ainda, porque é um conjunto
majoritariamente de adultos egoístas, individualistas e que só pensam em si. Eu
tenho números aqui que provam o que eu estou falando, Nós temos, hoje, em torno
de 30 milhões de animais abandonados no Brasil: 20 milhões de cachorros e 10
milhões de gatos. O Brasil tem 200 milhões de habitantes, e um cálculo
matemático que qualquer criança de 2ª série pode fazer prova que há um animal
abandonado para cada seis pessoas. O nosso problema estaria resolvido se, a
cada seis pessoas, nós tivéssemos uma com o coração vivo. Infelizmente, nós não
temos. Thiago – tu, que és médico –, tem como a gente fazer uma cirurgia para
medir as pessoas que mantém o seu coração? Eu posso garantir: a cada seis
pessoas, nós não encontramos uma que tem o coração vivo, senão estava resolvido
o problema dos animais.
Lamentavelmente,
nós vemos pessoas aqui querendo dar presente caro, as pessoas se preocupam em
dar o relógio tal, a meia tal, a camisa tal de Natal para o seu filho e não se
preocupam em dar algo que poderia ser gratuito, que é adotar um animalzinho e
que, seguramente, educaria para a vida e manteria aquela criança com coração
para que não chegasse na nossa faixa etária, na idade adulta, e fosse uma
maioria que, infelizmente...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PAULO
BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu havia protocolado
uma Moção que, na verdade, era mais um repúdio contra a decisão do Presidente,
que havia, na Medida Provisória, extinguido do Ministério da Justiça a
Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, mas eu requeri a
retirada de tramitação da Moção, Presidente, porque o Sr. Presidente da
República em exercício foi sensível ao apelo do movimento que luta pela defesa
dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil e reconsiderou, emitiu uma
nova Medida Provisória, que é a nº 728, de 23 de maio de 2016, que revoga os
dispositivos da Medida Provisória nº 726, de 12 de maio de 2016, e restabelece
dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, e cria a Secretaria
Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Portanto, Sr. Presidente, o
movimento foi à luta, procurou suas lideranças e, através dessa mobilização,
conseguimos sensibilizar o Presidente da República em exercício e manteve essa
conquista que as pessoas com deficiência obtiveram com muita luta, tentando
buscar, portanto, o reconhecimento da sua bandeira.
A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da
Pessoa com Deficiência tem por objetivo (Lê.): “1. Assistir
o Ministro Chefe de Estado nas questões relativas a pessoas com deficiência; 2.
Exercer a coordenação superior dos assuntos, das ações governamentais e das
medidas referentes à pessoa com deficiência; 3. Coordenar ações de prevenção e
eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência
e propiciar sua plena inclusão à sociedade; 4. Coordenar,
orientar e acompanhar as medidas de promoção, garantia e defesa dos ditames da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, mediante o
desenvolvimento de políticas públicas de inclusão da pessoa com deficiência; 5.
Estimular que todas as políticas públicas e os programas contemplem a promoção,
a proteção e a defesa dos direitos da pessoa com deficiência; 6. Coordenar e
supervisionar o Programa Nacional de Acessibilidade e o Programa de Promoção e
Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como propor as
providências necessárias à sua completa implantação e ao seu adequado
desenvolvimento; 7. Desenvolver articulações
com instituições governamentais, não-governamentais e com as associações
representativas de pessoas com deficiência, visando à implementação da política
de promoção e defesa dos direitos da pessoa com deficiência; 8. Estimular e
promover a realização de audiências e consultas públicas envolvendo as pessoas
com deficiência nos assuntos que as afetem diretamente; 9. Fomentar a adoção de
medidas para a proteção da integridade física e mental da pessoa com
deficiência; 10. Coordenar as ações de prevenção e de enfrentamento de todas as
formas de exploração, violência e abuso de pessoas com deficiência; 11.
Acompanhar e orientar a execução dos planos, programas e projetos da Política
Nacional para Inclusão da Pessoa com Deficiência; [...] 13. Emitir parecer
técnico sobre projetos de lei afetos à área, que estejam em tramitação no
Congresso Nacional, submetendo à consideração do Secretário Especial novas
propostas legislativas de interesse da Secretaria Especial; 14. Propor e
elaborar atos normativos relacionados à pessoa com deficiência, em sintonia com as
diretrizes do Secretário Executivo”.
Enfim, Sr. Presidente, é uma série de ações, de
proposições que a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
tem na sua forma de defender a inclusão social das pessoas com deficiência.
Esse é o registro que faço a esta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, senhoras e senhores Vereadores, em primeiro lugar, quero
cumprimentar os jovens que aqui estão do Sase e do Cegeb, da Glória, um grupo
que veio representar 60 alunos que estão em oficinas lá para acompanhar a
votação da moção de apoio à liberdade da juventude que nós apresentamos e
esperamos que esta Casa aprove para mandarmos para o Governador do Estado.
Ficou provado nas duas últimas manifestações que a polícia, quando respeita as
manifestações, elas saem tranquilas, mesmos grandes e muito fortes. E nós
queremos que assim continue.
A nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores, do
Ver. Adeli Sell, Ver. Engº Comassetto, Ver. Marcelo Sgarbossa, registra que o
Município precisa avançar na sua proposta salarial. Os municipários fizeram uma
assembleia hoje de manhã, e a proposta do Governo Municipal de parcelamento da
inflação, a partir de outubro, obviamente, teve uma reação contrária da
categoria que se mantém mobilizada, chamou uma paralisação para o dia 2 de junho,
e nós esperamos que até lá haja evolução na negociação. A categoria está muito
atenta à conjuntura, mas está defendendo que não perca o poder de compra dos
seus salários, está defendendo que, assim como os impostos municipais foram
reajustados, também seja recuperada a inflação, como esta Câmara definiu como política, neste ano, para
seus funcionários, todos nós, recuperação da inflação.
Eu acho bom fazer o registro de que houve reação à
proposição do Ver. Valter Nagelstein, uma reação bastante indignada do conjunto
dos trabalhadores, solidários aos professores e professoras, uma reação ao
projeto escola sem partido. Professor Alex e Fernanda, a categoria hoje já
votou uma moção contrária, de repúdio e de solicitação de retirada do projeto,
que apelidaram lei da mordaça. Não é possível que esse Legislativo considere
tramitar um projeto que é até inconstitucional, que impede os professores de
emitirem opinião pessoal, que calem os professores. Vereador Engº Comassetto,
obrigada pela solidariedade, estou com uma gripe novamente. Mas, nós queremos,
aqui da tribuna, fazer um apelo ao Ver. Valter para que recue, que não deixe
tramitar esse projeto de lei, porque ele é inconstitucional e principalmente
antidemocrático e não considera a nossa visão de educação; não considera a
nossa visão acumulada - da Ver.ª Sofia ou rede municipal -, acumulada nos
preceitos constitucionais, na Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira,
na LDB e nos planos municipal, estadual e nacional de educação. Aliás, é contra
o Plano Municipal de Educação, porque a educação é dialógica, e os
conhecimentos entram em relação, e por isso acontece o desenvolvimento e
aprendizagem, inclusive, os conhecimentos dos professores e das professoras.
Mas
quero encerrar, a nossa profunda manifestação de indignação diante ainda da
paralisia do STF sobre as questões seriíssimas que vieram à tona no dia ontem,
hoje e anteontem, em relação à conjuntura nacional. Não é possível que o
Supremo Tribunal Federal, que intima a presidenta Dilma a explicar o por que
ela chama de golpe, não intime o senhor Romero Jucá, Líder do PMDB, a explicar
o que ele diz, afirma e conversa com o Sérgio Machado, ex-Presidente da
Transpetro, e afirma que conversou com...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...que
conversou com os Ministros do Supremo, os caras dizem que têm condições de
barrar a Lava Jato sem a Dilma, porque, enquanto ela estiver ali, a imprensa,
os caras querem tirá-la, por isso esta – nome feio – não vai parar nunca. Ou
seja, apenas ressalvando que o Teori Zavascki era o Ministro com quem não tinha
diálogo, com os demais, estava conversado, era só tirar a Dilma. A intenção era
derrubar, era cessar a Lava Jato, era circunscrever a Lava Jato. Ora, para nós
não é um delito do Senador, do Presidente do PMDB; é uma denúncia, uma prova
concreta de que houve golpe. Se o Supremo Tribunal Federal não agir, estão em
risco todas as instituições brasileiras e a democracia...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Presidente,
Vereadores, Vereadoras; eu ocupo esta tribuna para, além de falar em nome do
PSOL – em meu nome e em nome do Prof. Alex –, falar em nome da Ver.ª Jussara
Cony, diante do fato de que nós estivemos juntas, na manhã de ontem, numa
situação muito grave. Haveria uma desocupação da ocupação Lanceiros Negros, no
Centro de Porto Alegre, um prédio público abandonado há 12 anos, e que o povo
vindo de áreas atingidas por enchentes e de áreas de risco deu vida há mais de
seis meses. A ocupação Lanceiros Negros é formada majoritariamente por mulheres
e trabalhadores, e estava sob ameaça de uma reintegração de posse que já
começou com uma série de irregularidades. A primeira delas, o fechamento do
perímetro sem nenhum mandado de reintegração ter sido entregue aos ocupantes, ao seu corpo jurídico ou mesmo àqueles
e àquelas que estão há meses tentando negociar com o Governo Sartori. Nós
mesmas estivemos em várias reuniões tentando que houvesse negociação por parte
do Governo Sartori, com relação àquela área e o direito constitucional de morar
das famílias trabalhadoras, majoritariamente negras, da nossa Cidade, que estão
na ocupação Lanceiros Negros. Esse cercamento ilegal, que começou às 10h da
noite, criando um perímetro, no Centro, fez com que as pessoas não pudessem
mais passar para acessar o prédio dos Lanceiros Negros e conversar com a
comunidade, e perdurou durante toda a madrugada até cerca das 8h da manhã.
Nesse processo, eu e a Ver.ª Jussara Cony estivemos lá, contatadas para ajudar
na negociação, pois, afinal, estava cheio de policiais militares, além dos
ocupantes, das crianças. Havia risco, havia a ilegalidade pela ausência de um
mandado de reintegração de posse, que chegou só às 7h da manhã, mas, mesmo
assim, já haviam cercado o perímetro antes, tentando fazer uma operação
surpresa para desocupar as pessoas, ao arrepio da negociação, da garantia
constitucional dos direitos. E, para nossa surpresa – e é essa a denúncia que
eu quero fazer aqui na tribuna –, os advogados do movimento foram proibidos de
falar, nesse processo, com os seus clientes que estavam dentro da ocupação
Lanceiros Negros. Eu acho que é muito grave quando a supressão das liberdades e
das garantias constitucionais estão sendo tolhidas da população. Primeiro, o
protocolo que, há muito tempo, existe em Porto Alegre, de que, quando tem um
processo de reintegração, deve-se chamar a comunidade a conversar antes. Não só
a negociação com relação à moradia, mas, muitas vezes, de o mandado judicial
chegar com prazo estipulado, enfim, todo um processo necessário ao resguardo de
direitos. Muito mais grave do que a ausência da negociação por parte do Governo
do Estado é muito mais grave ainda a ausência da garantia da prerrogativa dos
advogados e advogadas do nosso País de acompanhar os seus clientes em quaisquer
circunstâncias. E eu quero fazer aqui essa denúncia também para a Comissão de
Prerrogativas da OAB, porque nos foi passado que teria sido informada sobre a
situação. Nós não podemos deixar que as prerrogativas dos advogados não sejam
resguardas. Então, eu e a Ver.ª Jussara queremos fazer a denúncia da tribuna,
mas também faremos com a OAB, no sentido de que os advogados e as advogadas têm
o direito e o dever de acompanhar seus clientes, ainda mais numa circunstância
tão grave, como uma reintegração de posse num processo com centenas de
trabalhadores e trabalhadoras, crianças, pessoas que ocupam, legitimamente, um
espaço público abandonado, pelo direito à moradia.
Concluo
dizendo que a luta venceu, porque as redes sociais ajudaram a organizar uma
rede de solidariedade enorme. Centenas de pessoas estavam, às 6h, no Centro de
Porto Alegre, acompanhando e mostrando solidariedade aos Lanceiros Negros, e
teve uma decisão do TJ determinando a suspensão da reintegração de posse, e aí
nós fizemos a negociação, e, por óbvio, a polícia saiu e foi resguardado o
direito da comunidade. Tem uma negociação prevista para o dia 1º de junho, no
Centro de Conciliação do Tribunal de Justiça e, mesmo com essa negociação
prevista, o Governo queria reintegrar, na madrugada, os ocupantes. Foram
derrotados pela luta do povo, foram derrotados pelos assessores jurídicos que
estiveram militando durante toda a madrugada, foram derrotados pela resistência
popular, mesmo diante de tantas arbitrariedades que nós vimos nesse processo,
como já dei no histórico anterior. Além disso, da manhã vitoriosa com uma
reintegração que não houve, da negociação garantida para o dia 1º de junho, nós
sabemos também que é fundamental a solidariedade do povo, por isso é bastante
importante que aqueles que lutavam contra o Governo Temer, na noite de ontem,
tenham ido lá dar a sua demonstração de solidariedade na frente da Lanceiros
Negros, mostrando que só a luta muda a vida, e que nós estaremos, lado a lado,
com essas mulheres e com esses homens pelo direito à moradia.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, senhoras e senhores, em nome dos nossos partidos de oposição – PT,
PSOL e PCdoB –, quero trazer novamente a pauta da regularização fundiária na
cidade de Porto Alegre e da postura que o Governo do Município e do Estado
estão tendo em relação às ocupações e aos despejos desenfreados na cidade de
Porto Alegre. Ontem, houve dois eventos importantes, no que diz respeito às
ocupações ou às reintegrações de posse. Primeiro – a Ver.ª Fernanda acabou de
trazer aqui –, foi toda a mobilização que houve e a sensibilidade do Juiz que estava
de plantão de suspender a utilização da força da Brigada Militar e de um grande
aparato de segurança pública para desalojar 30 famílias que ocupam aquele
prédio do Ministério Público que está ocioso. É verdade que é um prédio lindo e
bem localizado que está lá ocioso. E as famílias querem e oferecem que a função
social da propriedade seja cumprida na cidade de Porto Alegre. Na mobilização
que houve, foi suspensa a reintegração de posse.
Logo após, nós recebemos aqui, na CUTHAB, sob a liderança do
Ver. Elizandro Sabino, a comunidade União, lá de Belém Velho, da Estrada Afonso
Lourenço Mariante, que estão lá há mais de cinco anos numa área que foi vendida
irregularmente por um grileiro. E tem duas comunidades: uma que está há 20 anos
nessa área e outra que está há cinco anos. E a Justiça condenou esse loteador
irregular e ele está foragido. A Justiça emitiu uma multa pelo fato dele não
realizar a regularização, essa multa já está em mais de R$ 2 milhões, mais os
valores da dívida do IPTU, e a comunidade fica no meio dessa situação promovida
por um loteador irregular, e a Prefeitura cobrando, na Justiça, que seja
regularizado. A solução que nós encontramos, na CUTHAB, e queremos aqui
compartilhar com todos os Vereadores e as Vereadoras, nesse sentido também, Sr.
Presidente - cumprimento a nossa querida Margarete Moraes, que foi Presidente
desta Casa, e que a história lhe propiciou também que fosse a primeira mulher a
assumir a Prefeitura de Porto Alegre. Margarete Moraes, seja sempre bem-vinda
-, quero dizer que a solução é que essa dívida de mais de R$ 2 milhões, que a
Justiça cobra em nome do Município, seja revertida para regularizar essa área e
dar a posse definitiva àqueles moradores que lá estão; Ver. Pujol, algumas
famílias compraram o terreno há mais de 20 anos, a área é irregular, e eles não
conseguem acessar os serviços públicos, porque está em dívida com a Justiça,
não os moradores, mas por conta da forma como foi feito, foram feitas vendas de
um loteamento não regularizado, não oficializado.
Nós
temos, em Porto Alegre, nesse momento, mais de 51 reintegrações de posse
emitidas pela Justiça. E nós aqui queremos novamente pedir ao Prefeito
Fortunati, ao Governador Sartori, que não mandem as forças de segurança
despejar famílias. A Brigada Militar tem que ser destinada para dar segurança
às comunidades...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...Nós vivemos
em uma sociedade caótica, pela falta de segurança pública. A Brigada Militar
não tem viaturas. A Brigada Militar não tem gasolina. Foram cortadas as horas
extras. Os concursados não são chamados. E o Governador Sartori, em anuência
com o Prefeito Fortunati, manda as forças de segurança desalojarem famílias que
lutam por uma moradia. Está errada essa equação! Então eu venho aqui, em nome
dos Partidos de oposição, fazer esse registro e dizer que nós queremos
dialogar, e temos indicativo de soluções para esses casos, basta ter a vontade
política, porque solução existe. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Registro a presença da sempre Vereadora
Margarete Moraes, ex-Presidente desta Casa. Seja muito bem-vinda.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo – às 14h57min): Havendo
quórum, passamos à
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação, para que possamos, logo após a discussão e
votação do PLE nº 008/16, passar à votação do Requerimento nº 056/16. Após
retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que
possamos, logo após a discussão e votação do PLE nº 008/16 e da votação do
Requerimento nº 056/16, passar à votação da Indicação nº 026/16. Após
retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 0877/16 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 008/16, que
altera o art. 5º da Lei nº 11.864, de 29 de junho de
2015, – que autoriza o Executivo Municipal a contratar operação de crédito
externo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com a garantia da
União, até o valor de U$ 80.800.000,00 (oitenta milhões e oitocentos mil
dólares norte-americanos), destinados à execução do Programa de Melhoria da
Qualidade da Educação do Município de Porto Alegre – e revoga o art. 8º Lei nº
11.964, de 30 de novembro de 2015 – que cria Cargos em Comissão (CC) e Funções
Gratificadas (FG) a serem lotados na Secretaria Municipal de Educação (SMED) e
Secretaria Municipal de Gestão (SMGes), alterando o anexo I da Lei nº 6.309, de
28 de dezembro de 1988, que estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários da
Administração Centralizada do Município; dispõe sobre o Plano de Pagamento –
efetuando correções técnicas de redação das contragarantias à Operação de
Crédito mencionada no art. 1º da Lei nº 11.864, de 29 de junho de 2015.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Clàudio Janta: pela aprovação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 122, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 04-05-16.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o
PLE nº 008/16. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/16.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, eu resolvi discutir essa matéria, porque acho que temas como
empréstimos e endividamento do Município sempre são necessários serem
discutidos. Nós estamos vivendo uma crise econômica brutal no Brasil, uma
lógica de uma dívida dos Estados com a União que é de uma verdadeira agiotagem
contra os interesses públicos do povo, dos Estados e também do Estado do Rio
Grande do Sul. E, quanto a esse projeto votado anteriormente, nós sabemos que
não estamos votando o empréstimo dos R$ 80 milhões. Inclusive, falamos com os
Vereadores, falamos com o Ramiro que está aqui, da SMED, o empréstimo de R$ 80
milhões já foi votado para a educação, que é uma das causas sensíveis no nosso
Município e que nós temos uma demanda de falta de 55% de vagas para crianças de
zero a cinco anos. Isso é extremamente grave. Porto Alegre está entre as
capitais que mais faltam vagas para crianças de zero a cinco anos. E nós temos
aqui uma cláusula que muda a forma das garantias de pagamento desse empréstimo
do Município com a União, que acaba sendo dessa relação com o BID que é cobrada
caso o Município não arque com as suas parcelas. E aí a lei prevê o seguinte:
coloca uma linha, um parágrafo 3º de impostos do Município, estabelecidos no
art. 156, como garantias para esse empréstimo. Eu acho que seria necessário,
Ver. Kevin, discutir quais são essas garantias, que impostos são esses, o
amortecimento das parcelas
que estão previstas para os investimentos da educação pública. Aliás, acho que
é importante também saber quais as previsões de investimento em melhoria na
Educação Infantil e, mais do que isso, se os municipários e as municipárias
serão ouvidos nesse processo ou se veremos também uma lógica de sempre por cima
tentar fazer as alterações e ao mesmo tempo não ouvir uma categoria valorosa
que conhece e muito sobre educação. Então, esses temas, para nós, são
importantes.
Presidente,
eu queria trazer uma notícia nesta tribuna, para todos os Vereadores e
Vereadoras, para a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre: acabou de
ser votado, no Tribunal de Justiça, o efeito cascata dos municipários, uma
conquista da greve do ano passado, encaminhado para esta Câmara de Vereadores,
aprovado por unanimidade e questionado pelo Ministério Público. Trata-se de uma
legislação que garante que os trabalhadores não tenham nenhum centavo a menos e
que não percam salários diante da irresponsabilidade dos Governos que seguiram
aumentando salários a partir das gratificações, apesar da Emenda Constitucional
nº 19. O parecer do Tribunal de Justiça foi três votos a zero favoráveis aos
municipários e às municipárias da cidade de Porto Alegre. Então, é um dia de
bastante alegria para uma categoria que luta e para todos nós que apoiamos e
que defendemos a necessidade dos trabalhadores serem valorizados e, mais que
isso, que não tenham perdas diante da irresponsabilidade dos Governos. Parabéns
ao Simpa, parabéns aos municipários de Porto Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Cassio Trogildo, Presidente da Casa; demais Vereadoras, Vereadores,
público que nos assiste, em relação a este projeto de origem do Executivo
lembro bem que, no ano passado, quando Presidente desta Casa, Ver. Prof. Alex
Fraga, recebi a Secretária de Educação, a Cleci, e ela nos pediu agilidade na
votação de um projeto, em 2015, para liberação desse recursos, de 8,8 milhões
de dólares norte-americanos, que são destinados ao Município. Esse
empréstimo do BID, com garantias da União, para que fosse utilizado em prol da
educação do Município de Porto Alegre, para reformas de escolas e outras
questões também relativas às escolas municipais. Lembro que, na época, foi
aprovado aqui por esta Casa e que também foi colocada uma emenda. E, depois,
pelo que estou lendo neste projeto, nós tivemos um problema no texto que não
foi aceito pela Secretaria do Tesouro Nacional. Então, o Executivo, através da
Secretaria de Educação, manda um novo projeto corrigindo os eventuais
problemas. Foi tentado sanar essa redação do texto do projeto aprovado, o que
não foi aceito. E o Município, agora, manda um novo projeto de lei para
corrigir e para que Porto Alegre não corra o risco de perder o valor de US$
80.800.000,00 - dólares norte-americanos -, o que será bastante útil para a
nossa educação. Tendo em vista o debate que tivemos na época, nesta Casa, para
aprovar este projeto de lei, eu votarei favorável a este projeto de lei. Acho
que é importante para o Município. Claro que nós, na Câmara, sempre temos que
ter a preocupação, quando falamos em orçamento, valores e empréstimos, porque
estamos criando um endividamento para o Município, mas, neste caso, é para a
educação, que é uma prioridade. Lembro que, na época, conversei com a
Secretária de Educação, e esse valor é para reforma das escolas municipais.
Tenho certeza de que será bastante útil para a Educação do nosso Município. Não
há como ver de forma desfavorável este projeto. Portanto, votarei favoravelmente
e defendo este projeto junto com meus Pares para que possamos aprovar o quanto
mais rápido possível, Ver. Dr. Goulart, porque nós não podemos perder a
oportunidade de buscarmos US$ 80 milhões para o Município de Porto Alegre,
principalmente para uma área como a da educação. Nós, hoje, estamos vivendo
dias bastante tumultuados na educação do nosso Estado, quando a gente vê os
próprios alunos ocupando escolas e lutando por melhores condições, por falta de
recursos e por dificuldades que a educação e o Estado têm enfrentado. Agora,
que temos oportunidade de buscar recursos para o Município para ajudar a
resolver os problemas da educação do Município, não vejo como poderíamos votar
contra. Então, vou votar favoravelmente ao projeto e o defendo por ser importante
para a educação do Município. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 008/16.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. Mauro Pinheiro, de certa
maneira, esgotou o assunto com o seu pronunciamento objetivo. É um projeto que
não tem outra finalidade senão adequar a lei que já aprovamos às exigências do
grande avalista desta operação de crédito que o Município celebra com o BID,
que é o Governo Federal, e pede algumas adequações, que são feitas
especialmente suprimindo o art. 8º e alterando o art. 5º, que passou a ter uma
denominação melhor e que passará a vigorar na redação sugerida e que foi
comentada pelo Ver. Mauro Pinheiro.
Não há a menor preocupação de que possa estar
tratando de cargos ou vantagens aos servidores do Município, porque a matéria
não trata disso; trata tão somente da extensão, da adequação e da regulação do
aval dado à operação, com a possibilidade de que, se a mesma não vier a ser
devidamente efetivada no que diz respeito à contrapartida, aos retornos e aos
pagamentos. E como é comum,
ficará a União autorizada a lançar mão daqueles créditos que o Município tem
permanentemente como decorrência da sua participação na Receita Federal, o
Fundo de Participação do Município, arrecadação essa que é sempre bem recebida
pela municipalidade, ainda que se entenda que poderia ser bem mais ampla, mas
que é, por si só, capaz de satisfazer plenamente os compromissos e as
obrigações que o Município irá assumir. Ora, nós temos absoluta certeza de que
nesse financiamento, como nos demais, o Município haverá de, rigorosamente,
cumprir com as suas obrigações, sendo que as cláusulas de garantia do contrato são
uma formalidade, exigência até da instituição internacional, e uma segurança de
que o Município de Porto Alegre continuará sendo um bom pagador, como foi até o
presente momento, circunstância que o credenciou a receber esse financiamento
que será devidamente utilizado no interesse público. Por isso, Sr. Presidente,
faço coro ao Ver. Mauro Pinheiro no sentido de que, sem mais delongas, possamos
aprovar essa matéria que tem essa característica absolutamente clara,
transparente, que eu acabo de anunciar da tribuna. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, acho que é necessário um outro agregado de
informação. Aqui nós estamos tratando da autorização de um empréstimo de US$ 80
milhões para um programa de melhoria na qualidade da educação no Município de
Porto Alegre. E, no ano passado, quando nós tratávamos da nossa comissão das
creches, uma das propostas que recebemos lá foi de que se acelerasse a
aprovação deste projeto, até pelos benefícios que ele traz para Porto Alegre.
Nós aprovamos o projeto, e, depois de um determinado tempo, o mesmo projeto
voltou, porque precisava de uma pequena adequação no texto, e foi feito. E
agora, mais uma vez, este projeto está aqui para uma adequação solicitada pela
Secretaria do Tesouro Nacional. Existe a garantia da União, empréstimos
internacionais, e existe também uma contragarantia do ente que toma esse
empréstimo, no caso a Prefeitura de Porto Alegre. Portanto o que se está
adicionando ao projeto é que, na verdade, os impostos do Município de Porto
Alegre farão parte dessa contrapartida de garantia. E isso está previsto nos
artigos 158 e 159 da Constituição Federal, que é onde estão listados os
impostos dos municípios brasileiros. Então é interessante que se aprove, na
tarde de hoje, este projeto, que é extremamente favorável à nossa Prefeitura de
Porto Alegre e, antes de mais nada, ao nosso cidadão e cidadã de Porto Alegre,
ao nosso estudante da cidade. O Ver. Paulinho Motorista e eu votaremos
favoravelmente ao projeto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a
palavra para discutir o PLE nº 008/16.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, vem a este plenário o PLE nº 008/16, do Executivo, para aprovação
de US$ 80.800.000,00, empréstimo do BID, para o
Programa de Melhoria da Qualidade da Educação do Município de Porto Alegre. As
minhas considerações são: final de Governo; um empréstimo dessa envergadura,
que deve ter chegado com atraso a esta Casa, para o próximo Governo, sabendo-se
que o Município não está tão bem assim das contas, conforme foi apresentado;
sabendo-se que o Previmpa também está comprometendo futuramente as
aposentadorias do Município, isso está na prestação de contas, os atuários
confirmaram; então eu tenho essas considerações e essa preocupação com um
grande empréstimo. E gostaria de salientar que eu defendo a educação, acredito
que tenha que ter melhorias sem planos
de aumento de CCs, e fico, sinceramente, na dúvida de aprovar, entrando o mês
de junho, seis meses para terminar o governo, 80 milhões de dólares, com
garantia da União, segundo textos apresentados, com alteração do art. 8º aqui,
que previa alteração de plano de carreira, para os futuros governos. Mas aí
vamos tecer comentários também: como está o Estado, como o Estado chegou na
situação em que está, sem recursos para pagar funcionário, sem recurso para
investir na segurança, na saúde. Por quê? Empréstimos de governos anteriores
que vieram sucateando as contas do Estado, e má gestão, porque no final de uma
gestão se faz gastos de R$ 600 milhões sem empenho, sem passar pela Assembleia
Legislativa, e isso é um fato. Por que estamos com os cofres limpos do País?
Pela má administração e por tudo o que já é divulgado em todas as notícias da
mídia, de revistas, jornais, pronunciamentos, formadores de opinião
comprovação, e está aí a Lava Jato para apurar e levar para a cadeia os
corruptos e corruptores. Preocupa-me endividar o Município mais ainda, mesmo
que seja para uma área importantíssima que tenhamos que investir, que é a educação,
pois um povo sem educação não tem a sua independência para tomar as decisões e
fica no cabresto de governos.
Tenho
essa preocupação, vamos ouvir mais Vereadores da base do Governo aqui que
possam nos dar mais garantias de votar favorável ou postergar essa votação.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Saúdo os nossos novos servidores da Casa
que tomaram posse na segunda-feira e encontram-se aqui no plenário: Ana Paula
Visentini, Jeferson Gonçalves Anflor Ferreira e Allan Santin Garcia. Sejam
bem-vindos, os Vereadores os acolhem aqui na Casa. Desejamos sucesso.
O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, o projeto que está em discussão, cuja reaprovação é necessária
, porque a Secretaria Municipal da Fazenda
dialoga que é uma readequação ao projeto. É projeto que tem uma importância
para o Município, que é autorizar esta Casa, para apresentar uma garantia do
Município para a União, para a garantia do recurso que vem da União e do Banco
Interamericano de Desenvolvimento, no valor de até US 80 milhões, que é um
valor destinado a um programa de melhoria da qualidade da educação no município de
Porto Alegre. Não temos dúvida que o tema da educação e qualquer recurso
destinado e que realmente seja aplicado para melhorar a educação e orientar que
haja uma evolução no processo educativo. Ver,ª Sofia, a senhora que é
professora, que já foi Secretária municipal sabe da necessidade e da adequação
permanente dos processos educativos. Só assim vai trazer um maior
engrandecimento do processo da educação, neste caso do Município. Diferente do
que está acontecendo na educação do Estado, as escolas estão ocupadas pelos alunos,
que estão aliados aos professores, porque faltam projetos de qualificação
educacional. E nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, votaremos
favoravelmente ao projeto. Agora, nós queremos registrar aqui um conjunto de
preocupações que nós temos. O Ver. João Bosco Vaz sempre observa a análise
crítica que fazemos, mas é uma análise crítica no sentido de ajustar os
projetos e os recursos. Nós votaremos favoravelmente a esse projeto, como
votamos favoravelmente aos mais de 26 projetos de captação de recursos da Caixa
Econômica Federal, do Ministério das Cidades, do Fonplata. Agora, Ver. Adeli, o
Governo tem que prestar contas da execução desses projetos. E eu aproveito essa
tribuna para dizer que é inadmissível, depois de cinco anos tratando o grande projeto
dos BRTs, que o Prefeito Fortunati venha à imprensa dizer que não realizará mais as obras das
estações inteligentes, das plataformas de embarque, bem como das estações de
integração do transporte. Sem esses projetos, sem a execução dessas etapas, não
será BRT! Serão os atuais corredores com o piso refeito – e, diga-se de
passagem, muito malfeito e refeito, porque executa e quebra, executa e quebra!
Se nós pegarmos o corredor da Av. Bento Gonçalves e o corredor da Av. Protásio
Alves, já se vão mais de três anos de obras sem conclusão. Nós precisamos saber
do Tribunal de Contas do Estado como fica essa fiscalização e esse tempo
perdido.
Quero fazer outro registro, Presidente, sobre essa fala do
Prefeito Fortunati de que não fará mais as estações inteligentes de embarque:
isso não é por falta do dinheiro – projeto que nós aprovamos –, porque o
dinheiro está depositado na Caixa Econômica Federal; é porque, até o dia de
hoje, cinco anos depois, não foram apresentados projetos técnicos para
aprovação e liberação do recurso. Isso é inadmissível. João Carlos, nosso
Vereador atento da CEFOR: até hoje a Prefeitura não apresentou à Caixa
Econômica Federal os projetos para as estações de embarque dos BRTs. O dinheiro
está depositado, houve um projeto que aprovamos tal qual este que a nossa
Bancada votará favoravelmente hoje, de novo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/16.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós entendemos que é um ajuste técnico, faltou a publicação dessa
emenda, a contrapartida correta do Município, e, se precisar dos votos,
votaremos, Ramiro! Eu quero apenas aqui fazer uma outra reflexão que tem a ver
com isso, porque vejam, senhores, nós estamos diante de um Governo interino que
está virando o Brasil de cabeça para baixo, e as propostas de desenvolvimento
ou de mudanças para o País, pelo que eu entendo, Ver.ª Jussara, uma das medidas
não permitiria esse tipo de busca de recursos além do que o Município pode,
porque isso traz riscos para a economia, isso pensando em Brasil. Ora, vejam
vocês: uma das propostas do Presidente interino Michel Temer é buscar os
recursos no BNDES, recursos que o Tesouro Nacional colocou lá para quê? Para
financiar o desenvolvimento do País. Então, o nosso Governo havia colocado R$
500 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento para financiar empresas, para
financiar Municípios. O Município de Porto Alegre tem muitos programas
financiados pelo BNDES. Eu acredito que o Programa Reluz, por exemplo, de
iluminação pública, e uma série de programas, inclusive o polêmico programa da
retirada das carroças, a reciclagem, as formações para os carroceiros foram financiados
pelo BNDES. Então, há inúmeros programas com os quais o Banco Nacional de
Desenvolvimento financiava o desenvolvimento deste País, empresa privada,
empresa pública. Como o Brasil vai desenvolver se deixar o principal banco de
financiamento de ter recursos orçamentários para fazer isso?
De outro lado, nós estamos tratando da educação, SMED. Teto
para as despesas públicas: o Governo vai propor ao Congresso que, a cada ano,
as despesas só possam crescer na proporção da inflação do ano anterior, inclusive
saúde e educação, Ver.ª Jussara. Agora imagina se só pode crescer na proporção
da inflação. A inflação corrói o poder de compra. Significa que não vai
crescer; no máximo vai recuperar perdas, ou seja, está decretado o congelamento
da educação e da saúde! Ora, o Plano Nacional de Educação estendeu a educação,
que ficou na faixa de 4 a 17 anos – é necessário buscar todos os jovens. O
Plano Nacional de Educação, em dez anos, define que temos que chegar a 10% do
PIB da educação, e o Presidente interino, golpista, diz que não, que a educação
não irá crescer nada nos próximos anos – nada! –, só a recuperação da inflação,
porque, ao lado dessa proposta, está a desvinculação dos recursos
constitucionais. Hoje, pela Constituição, tem que por 12% na saúde; Municípios
e Estados têm que por, no mínimo, 25% na educação; União, no mínimo, 18%. Essa
desvinculação significa que os Municípios, os Estados e a União só vão gastar o
que puderem. Foi-se piso salarial, educação de qualidade, ciência e tecnologia,
que também têm vinculação. Ao lado disso, BNDES não tem mais financiamento, vai
buscar o dinheiro lá. Também há o fim do fundo soberano do Pré-Sal, que ainda
tem pouco recurso, R$ 2 bilhões, mas a tendência é crescer muito. Esse fundo
soberano é para soberania nacional, esse fundo soberano é 50% para a educação.
A lei diz isso! Extingue o fundo soberano, busca os R$ 2 bilhões e paga a
dívida pública, juros da dívida pública! Esta é a proposta: tirar o fundo
soberano para pagar juros da dívida pública.
Por
fim, eu quero encaminhar dizendo que são extremamente graves as medidas
propostas pelo Governo Federal. Não são medidas de desenvolvimento – nenhuma!
–, são medidas de recessão, de enquadramento, de redução brutal de políticas
públicas e do financiamento das políticas públicas essenciais à qualidade de
vida e à sobrevivência dos brasileiros e brasileiras, retirando o poder de
desenvolvimento, que é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social. Ora, o Município, bravamente, foi lá buscar R$ 80 milhões,
que nós queremos que seja democraticamente discutido sobre onde investir,
pagamos os seus impostos, e aqui diz que é com a garantia da União, mas com os
brutais limites e sem desenvolvimento neste País, se permanecer este Governo
golpista, que nós esperamos que seja...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Thiago está com a
palavra para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. DR. THIAGO: Caros colegas Vereadores e Vereadoras,
eu quero, antes de colocar aqui o meu posicionamento final, Vereadores,
eu quero fazer algumas considerações que eu julgo importantes, frisar e
refrisar isso. A primeira questão que quero frisar e refrisar é que mesmo
estando na ementa, esse projeto não vislumbra criação ou aumento de cargos em
comissão e não vislumbra aumento ou ampliação de funções gratificadas. Ele
serve exclusivamente para a melhoria da infraestrutura da educação municipal.
Então o nosso posicionamento é favorável ao projeto por acreditar que qualquer
recurso que possa ser dispensado à educação, à saúde ou à segurança, qualquer
esforço dos nossos executivos que possa verter à educação, à saúde ou à
segurança deve ser feito.
Também quero fazer mais um gesto, Ver. Kevin
Krieger, no sentido de mostrar que, apesar de todas as discordâncias que temos
com alguns setores da Prefeitura, com algumas conduções que são feitas,
situações colocadas que às vezes precisam ser revertidas, como, por exemplo, a
questão do Hospital Parque Belém, com algumas situações que não concordamos
vindas da própria SMED, como o veto dado pela Secretária Municipal de Educação
a um projeto nosso solicitado por professores da Escola Raul Pilla nominando o
ginásio da escola de Leonel de Moura Brizola, apesar de todas essas
discordâncias, nós não fazemos política com o estômago. Nós avaliamos
tecnicamente os projetos.
Nós procuramos a fundo verificar se eles são meritórios ou não. E este projeto,
sem dúvida nenhuma, ele é meritório, apesar das discordâncias que temos. Há
diversas situações, semana passada, por exemplo, foi analisado um veto nosso de
um projeto que significaria a possibilidade de acesso das pessoas que estão
desempregadas, ou que têm renda familiar menor que um salário mínimo, ao
concurso público. Isso foi vetado pelo Executivo Municipal. Nesta semana nós
recebemos um veto a outra emenda nossa num projeto do Ver. Márcio Bins Ely. E a
gente fica pensando: será por que a emenda era do Ver. Dr. Thiago!? Isso é o
que nos traz à reflexão. Mas apesar de tudo isso, dessas discordâncias, eu
entendo que, quando o projeto é meritório, deve receber o nosso aplauso e o
nosso apoio. E é isso que vamos fazer aqui hoje, Ver. Pujol, um projeto que tem
a possibilidade de injetar mais de 80 milhões de dólares nas creches, nas
escolas públicas municipais, no setor de ensino, na qualidade de ensino de
Porto Alegre, ele não pode ser desprezado. Ele tem que ser, sem dúvida nenhuma,
nós temos que fazer o maior esforço para aprová-lo. Mas desta tribuna ficam
estas observações, para uma profunda reflexão da liderança do Governo e do
Executivo Municipal. Mas nós nos posicionamos favoráveis ao projeto, e assim
votaremos.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, eu queria agradecer a V.
Exa., é um tempo muito rápido, mas muito importante para esta Casa, como um
todo, para o povo de Porto Alegre. Nós estamos aqui, vários companheiros do
Simpa, da direção do Simpa, e fomos vitoriosos, o Simpa, o Município e esta
Casa com relação ao efeito cascata. Então, eu acho que é um momento de resgatar
a unidade de todos em benefício da cidade de Porto Alegre, do ensino, dos
nossos alunos, dos
nossos professores. Estamos todos de parabéns e eu queria registrar a presença
deles. Ganhamos por três a zero!
O SR. KEVIN KRIEGER: Só
complementar a fala da Ver.ª Jussara Cony e, também como Líder do Governo,
comemorar essa vitória que teve o empenho do nosso Prefeito Fortunati, do
Vice-Prefeito Melo e do sindicato. Todos juntos vencemos essa batalha,
inclusive, com a Câmara de Vereadores que aprovou esse projeto importantíssimo
para a Cidade.
O SR. DR.
THIAGO:
Parabéns. Quero deixar o registro também aos Procuradores da Casa que
participaram da defesa. A Casa Legislativa também ajudou nesse processo,
Presidente. Parabéns a V. Exa. nessa condução. E aos Procuradores do Município
que, em última análise, também ajudaram nessa defesa. Parabéns a todos nós.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Presidente, a Bancada do PT também quer fazer o registro aqui da importância
desse dia histórico. Porque os municipários vem há, praticamente um ano e meio,
com esse drama e, de fato, é um drama na vida deles e delas. Eu acho que, hoje,
com a decisão do três a um, esperamos que o Ministério Público não tente
novamente questionar uma legislação que foi trabalhada coletivamente, muito bem
trabalhada. Não tem mais efeito cascata nessa legislação; são percentuais sobre
o básico. Ver. Kevin Krieger, acho que foi uma bela construção. Quero
parabenizar a defesa dos nossos técnicos, do Governo e a valentia da categoria
que acompanhou, todo esse tempo, mobilizada. Presidente, esta Casa está de
parabéns por essa solução que foi construída com muita intermediação dos
Vereadores de vários partidos.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Quero parabenizar o Simpa, dizer que essa é uma
daquelas construções que realmente tiveram muitas mãos trabalhando, Ver.
Reginaldo Pujol, desde a campanha salarial do ano passado, quando se construiu
esse projeto de lei. Inclusive foi utilizado um projeto semelhante para
corrigir aqui na Câmara Municipal o dos nossos servidores. Eu e a Ver.ª Jussara
estivemos com o Desembargador responsável pela relatoria do processo. Então,
foram realmente várias mãos. Estamos todos de parabéns! Um grande abraço ao
Simpa e aos servidores do Município.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLE nº 008/16.
O SR. ADELI
SELL: Meu
caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores; estamos
discutindo a possibilidade de a Prefeitura Municipal de Porto Alegre contrair
um crédito de US$ 80 milhões, ou seja, R$ 300 milhões, vamos falar em moeda
nacional. Para a educação, será, sem dúvida nenhuma, muito importante. Mas
importante é o resultado. Nós, Vereadores, eu quero lembrar que temos que
seguir na trilha que todo Vereador tem que fazer: acompanhar, verificar e
fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Não se trata de desconfiança,
trata-se de missão, de necessidade imperiosa que a gente verifique se as coisas
estão caminhando como deveriam caminhar, porque o dinheiro é público, ele tem
que ser bem aplicado.
Nós, dias atrás, discutimos aqui a questão da
educação integral. Nós, para termos educação em turno integral, temos que ter
recursos. Eu espero que esses recursos sirvam para manutenção com recursos
maiores do que, atualmente, está sendo dado para as escolas. Uma escola que não
arruma uma janela quebrada, no dia seguinte, tem duas; no outro dia, tem três,
e aí levam uma porta e, no outro dia, picham a escola. Escola tem que estar
limpa, organizada, sem qualquer aspecto de deterioração. Infelizmente, o estado
das escolas do Estado, nem vou falar, porque nós estamos tratando do Município.
Mais do que isso. Segunda-feira, estarei na
SMED, para fazer uma proposta de retomada das hortas educativas: nenhuma escola
do Município sem ter jardim e horta. Uma cidade tem que ser feita com verde.
Não com essa história de alguns burocratas de Porto Alegre de que árvore é
árvore. Não, existem “árvores” e árvores adequadas ao solo, ao clima do
Município e às condições da calçada e da praça. Não essa zorra que existe hoje
em Porto Alegre, que árvore
pode estar caindo, infestada de erva-de-passarinho, e não se mexe nela, quando
nós devíamos, inclusive, extrair algumas árvores e colocar nos seus lugares
árvores novas e cuidar delas. Lembro-me de um Secretário que estufava o peito
dizendo que era o maior plantador de árvores da Cidade, só que ele plantava,
não cuidava e elas não vingavam, Ver. Villela. Daí, de nada adianta, é botar
dinheiro público fora, não como aconteceu no nosso Parque Marinha do Brasil,
onde as arborizações, durante do seu Governo – infelizmente não foi seguido em
outros casos –, tiveram um estudo. Louvo V. Exa. que era Prefeito na época. Eu
acompanho. E é importante o que eu estou dizendo, que agora, na escola, a gente
tenha um jardim, horta educativa e que nas escolas infantis, especialmente nas
creches conveniadas, nós possamos ter um aumento imediato de repasses, porque
não se sobrevive hoje com os escassos recursos. Portanto, que com R$ 300
milhões, essa é a moeda que deveria ser colocada, nós possamos ter uma educação
de qualidade, turno integral, repasses adequados às creches conveniadas e a
escola funcionando a pleno. Muitos livros, gibis, discos, DVDs, CDs nas
bibliotecas; árvores, sim, mas também flores e folhagens. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, com a sua licença, eu
gostaria de saudar a presença do ex-Deputado Antenor Ferrari, ex-Presidente da
Assembleia Legislativa e Presidente do PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Seja muito bem-vindo, querido amigo
Antenor Ferrari.
O
Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores. O projeto
em debate, creio que não há qualquer discussão do mérito, da importância que
tem investimentos pesados em relação à educação do Município de Porto Alegre.
Porém, nós, Vereadores de oposição desta Casa, precisamos, acima de tudo, agir
com extrema responsabilidade. O projeto em questão, de acordo com argumentação
que nós recebemos de assessores do Governo, está sendo encaminhado para a
Câmara de Vereadores em virtude de uma determinação da Secretaria do Tesouro
Nacional, porém não vem anexa ao corpo do projeto essa orientação. Isso, na
minha modesta opinião, é de suma importância. Se há esse tipo de exigência para
a liberação e viabilização desse investimento na educação do nosso Município, é
evidente que há a necessidade de que esse documento, a proposta do projeto de
lei, constasse junto ao processo.
Um
ponto que me deixa extremamente apreensivo é com relação às contragarantias
apresentadas. Não há qualquer estipulação de valor com relação a esse acordo,
porque nós temos aqui, no caso de inadimplência do pagamento das parcelas desse
financiamento, a autorização para o Governo Federal reter o repasse dos
recursos dos impostos ao Município de Porto Alegre. O impacto financeiro que
isso poderia representar ao nosso Município não está constando no projeto. Eu,
que sou professor da Rede Municipal, vejo, conheço a necessidade de
investimentos pesados nas nossas escolas; a possibilidade de disponibilizar
Wi-Fi nas nossas escolas; as reformas que são necessárias – nós precisamos
disso! O Município e as nossas crianças necessitam isso. Porém, que impacto
financeiro isso pode acarretar para as contas de Porto Alegre? Quantos por
centos do nosso produto interno podem ser comprometidos, caso haja essa
inadimplência? E desculpem os Sr. Vereadores que se posicionam favoravelmente
na sua integralidade sem sequer questionar uma vírgula do que está sendo
discutido aqui. Nós temos responsabilidade com relação às finanças do nosso
Município. Somos um órgão fiscalizador dos atos do Executivo, e, por conta
disso, sem a análise do impacto financeiro no caso de inadimplência, eu não me
sinto seguro em votar favoravelmente a este projeto. Mesmo concordando com o
mérito que ele traz. Investimentos são necessários? Sim, mas a que preço? Qual
o impacto? Nada disso vem descrito, portanto não me sito confortável em votar
favoravelmente a ele. Eu reforço a opinião manifestada nesta tribuna pela Ver.ª
Lourdes, que mencionou a possibilidade de um adiamento para que nós possamos
analisar com mais detalhamento, com mais responsabilidade, o que estamos
prestes a votar. Eu vou formalizar um pedido de adiamento ao microfone de
apartes logo que descer da tribuna. Uma boa tarde e bons trabalhos para nós
todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para discutir o PLE nº 008/16.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu venho aqui neste microfone porque eu fui o Relator deste
projeto, então quero esclarecer algumas coisas. Primeiro, nós aprovamos este
projeto no ano passado. A única coisa que nós estamos alterando sobre este
projeto aprovado, em 30 de novembro de 2015, aqui nesta Casa, é que a operação
de crédito mencionada, contratada junto a União – o Município faz a contratação
de crédito, e a União é o fiador –, que o Município através do art. 158 e do
art. 159, alínea b, § 3º, irá colocar
os impostos estabelecidos pela União. É sabido por toda a população, por todos
os gestores públicos, por todas as câmaras de vereadores, que os repasses do
Fundo de Participação dos Municípios, que a União tem que fazer, e outros
tributos vêm em conta-gotas. Então, aqui, o Município não está abrindo mão de
nada, não está penhorando nada. Ele simplesmente está incluindo uma coisa que
já não vem recebendo, está incluindo um tributo. E aqui vários membros desta
Casa, por várias vezes, já vieram denunciar alguns repasses que a União não vem
fazendo, seja para obras ou para outras áreas. Então, o que se fez aqui foi uma
adaptação, uma correção desse repasse da União; em vez de nós estarmos botando
alguma outra coisa do Município, nós estamos botando débitos que a União teria
que fazer para o Município de Porto Alegre.
Portando, não vemos necessidade nenhuma de adiar a votação
desse projeto e não vemos por que adiar esse financiamento que virá para a
cidade de Porto Alegre para melhorar a educação, para avançar a qualificação
dos técnicos, dos professores na área da educação da cidade de Porto Alegre.
Por isso nós encaminhamos para que se vote esse projeto no dia de hoje. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLE nº 008/16.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 25 votos SIM e 07 ABSTENÇÕES.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 056/16 – (Proc. nº 1223/16 – Ver. Sofia Cavedon e outros – Bancada do
Partido dos Trabalhadores) – requer seja encaminhada Moção de Apoio aos jovens e
estudantes para que possam se manifestar de forma livre, democrática, como
garante a Constituição Brasileira, sem violência policial.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
Requerimento nº 056/16. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16, como autora.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Bem,
senhores e senhoras, Vereadores e Vereadoras, primeiro, quero dizer que essa
moção está direcionada para ser remetida ao Governador José Ivo Sartori, ao
Marcelo Lemos, Procurador Geral de Justiça, ao Prefeito Fortunati, ao
Comandante Geral da Brigada e à Presidenta da União Nacional de Estudantes. Por
quê? Porque nós entendemos que é necessário que nos posicionemos e alertemos
essas autoridades de que é muito importante compreender, acompanhar, respeitar
e não usar violência nesse momento – ou sempre, mas principalmente agora – em
que temos muitas manifestações das
juventudes – juventudes com “s” – nas ruas, nas escolas, no País. É um momento
de efervescência, é um momento de mobilização, seja pela educação, seja pela
democracia, seja pelas causas mais variadas, pelo Cais do Porto. E nós estamos
com uma presença, uma paisagem humana jovem muito bonita e que está
surpreendendo pela organização e pelo pacifismo. O primeiro evento aqui foi
menor, foi de vanguarda, houve uma manifestação, houve uma violência policial
que causou controvérsias, muitos de nós viemos a esta tribuna e dissemos que
havia extrapolado, que não houve diálogo, que não houve respeito, que a
manifestação era pacífica, e, de lá para cá, tem melhorado muito, Ver. Luciano
Marcantônio. Eu acompanhei a última caminhada de 30 mil pessoas, Fernanda e
Alex, e não aconteceu nenhum incidente. É a maravilha desta juventude se
manifestando, cantando, com faixas, e não fazendo depredação, não fazendo
violência, e nós não queremos mais este cenário na nossa Cidade. A Moção é
positiva, quero falar aos Vereadores e às Vereadoras, é proposto uma Moção de
apoio aos jovens e estudantes para que possam se manifestar de forma livre,
democrática, como garante a Constituição brasileira, sem violência policial.
Há
também um processo de aprendizagem extraordinário, de vivência democrática
extraordinária nesse momento. Queremos que esta juventude não passe a atender
que precisa agredir para se colocar, para ser vista, para sair da
invisibilidade, para lutar pelos seus direitos – essa é a grande lição desse
momento. E cabe aos adultos, a nós, gestores, aos políticos, ao Ministério
Público, cabe à geração de pais e mães desses jovens, que é a geração que está
nesses postos de decisão, dizer a eles: “Estamos num novo Brasil, estamos num
Brasil democrático, estamos num Brasil livre. Vocês hoje são ouvidos, vocês
recebem diálogo como resposta à sua presença forte, viva, cheia de cultura, alegria, e
não de violência, e não mais de repressão. Este é o novo momento que nós
queremos viver. E essa manifestação de apoio, alertando o Governador para que
assim oriente seus órgãos de segurança, ao Prefeito, para que assim oriente a
EPTC, eu vejo isso acontecendo de uma maneira positiva. E o convite que a
bancada do Partido dos Trabalhadores faz, falo aqui em nome dos quatro autores,
é que esta Câmara deixe firme, claro e nítido que assim enxerga este momento. E
que a principal lição que nós podemos dar é a negociação até o fim. Fecho
dizendo isso, Ver.ª Fernanda, porque eu infelizmente estava acamada e não pude
acompanhar o momento dramático dos lanceiros. Ali tem muitos jovens, muitos
adolescentes, e que bom que a Justiça barrou aquela reintegração e estabelece
uma mesa de negociação. A democracia pede isso a nós adultos...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o final do seu
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...Ver.
Nedel, eu gostaria de convidá-lo a ler o artigo que pude publicar hoje no
jornal Correio do Povo. Os filhos dos que lutaram pela democracia neste País
estão hoje nas ruas, na luta por mais verbas na educação, por alimentação
escolar adequada, por ciência e tecnologia nas escolas, por pagamento dos
professores, enfim. São os filhos da nossa geração, da maioria de nós que
vivemos a nossa juventude na exceção, na violência, no autoritarismo, na
tortura e no exílio. Esses nossos filhos agora têm que ter outra condição, e
eles estão tomando o Brasil, a sua vida, a sua educação nas suas mãos. Este é o
grande momento alvissareiro do nosso País. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: A Ver.ª Sofia Cavedon, que me antecedeu, pediu que eu fosse
educado. Eu serei muito educado, mas eu estou preocupado porque ela aqui pintou
o mundo de cultura, educação e liberdade, e eu não vejo isso. Eu vejo que os
alunos invadiram uma escola, várias escolas, impediram os professores de
entrar, impediram a realização das aulas, exigiram que a escola entrasse em
greve – porque são os professores que estão em greve, mas querem que as escolas
estejam em greve, porque fecharam as escolas. Não estou entendendo. Isso é
democracia? Isso é educação? Isso é cultura?
Eu estou vendo outra coisa. Eu acho que eu estou
fora deste mundo que a Sofia pintou aqui. Pintou educação; que marcharam 30 mil
pessoas a favor da invasão das escolas, impedindo a educação, trancando todo o
ano letivo... E nós temos que votar um apoio? Sim, vamos apoiar, porque é
democrático. Foi democrático? Invasão de escola é democrático? Ora, eu acho que
eu estou fora deste mundo que a Ver.ª Sofia pintou aqui, mas este não é o mundo
real! O mundo real é que estamos sem escolas, sem professores, e os pais, não
sei o que pensam. Estou preocupado, porque, se os pais deixam os filhos
invadirem uma escola, eu não entendo mais nada. Ah, não entendo mais nada! Os
pais, que têm obrigação de formar pessoas, formar personalidades, deixam os
filhos invadirem escolas, ficarem lá plantados um dia ou dois, sem voltarem
para casa. Isso é educação? Isso é liberdade? Isso é democracia? Eu acho que
estou fora deste mundo da Ver.ª Sofia Cavedon, portanto, encaminho pela
rejeição desta Moção de Apoio à invasão.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16.
A SRA. JUSSARA
CONY:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver.ª Sofia Cavedon, autora
deste Requerimento, não sei se junto com a bancada do PT, mas o PCdoB vem a
esta tribuna exatamente para dizer que apoia este encaminhamento efetuado. Por
quê? Em primeiro lugar, porque o mundo real, se nós temos que falar do mundo
real, para a bancada do
PCdoB o mundo real é uma educação pública de qualidade para todos e não o
processo que estamos vivenciando no Estado do Rio Grande do Sul, que caminha
para o desmonte, para justificar a privatização do ensino público no Estado do
Rio Grande do Sul. Esse é o mundo real! E é por isso que um encaminhamento
político como esse efetuado é importantíssimo neste momento. Como
importantíssima é a luta do CPERS, como importantíssimas são as lutas das
entidades estudantis e como importantíssimas são as ocupações das escolas.
Porque as escolas são os alunos; as escolas públicas são da sociedade; os
alunos são peça estratégica importante para que uma escola exista, assim como
os professores e a participação da comunidade. Esse é o mundo real que nós
queremos. Nós queremos suplantar o que está em jogo hoje, que é a privatização
dos serviços públicos. A privatização do ensino de acordo com o interesse que
não tem nada que ver com os interesses da população de Porto Alegre.
Eu representei a Câmara num Grande Expediente, hoje, na
Assembleia Legislativa, aprovado pela Assembleia por proposição da Deputada
Manuela d’Ávila, presidido pelo Deputado Adilson Troca. Lá estavam presentes
CPERS, representação da UBES, representação da UNE. E a Deputada Manuela fez
uma retrospectiva que me leva a fazer este encaminhamento. Uma retrospectiva
histórica do significado da luta da juventude, dos estudantes brasileiros
durante toda a vida deste País à frente das lutas todas por democracia e por
liberdades democráticas. Eu sempre ouvi, desde menina, e continuo ouvindo até
hoje, muitos que são contra as liberdades democráticas olharem para a juventude
dizerem nos seus discursos, nas suas intervenções que a juventude é o futuro do
País. Não! A juventude é o presente do País, em cada etapa histórica, para
construir junto com todos – trabalhadores, mulheres, com todos os democratas -
uma outra nação, um outro país, uma outra cidade. E é situando nesse tempo
histórico que o PCdoB apoia a moção e apoia as ocupações dos alunos pelo
significado que elas têm, porque elas trazem em si coisas que são estratégicas
para a garantia da formação de cidadania e de futuros cidadãos. Eles trazem em
si o ensino público de qualidade, com professores respeitados pelas gestões,
com professores com dignidade salarial, com professores com qualificação, com
planos de cargos, carreiras e salários, eles trazem em si o enfrentamento
inclusive à violência cometida na sociedade, eles estão lá não de forma
violenta, eles estão lá discutindo o mundo em que vivem e o momento atual em
que vivem. Eu mesma, Ver.ª Sofia, estou sendo chamada para dar aulas contando a
história inclusive da ditadura militar, do processo histórico todo, com a
participação de professores e alunos. Ontem estive no Colégio Protásio Alves, e
isso é muito importante. Seu encaminhamento significa estar em consonância com
o momento, estar na busca da unidade da amplitude pela democracia e a juventude
é o presente para isso, não podemos transferir a luta da juventude para um
futuro, esse futuro será construído pela juventude, e sem violência, conforme
V. Exa. diz, Vereadora, da Brigada Militar nas ocupações das escolas...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...Ver.ª
Sofia, quando V. Exa. diz que quem está ocupando as escolas hoje nesta luta
pela democracia são os filhos dos que lutaram pela ditadura, eu venho aqui
dizer que são os filhos, os netos e os bisnetos, porque eu tenho um bisneto de
14 anos que é secundarista e está lá lutando por isso. Temos aqui quatro
gerações que se interligam numa moção como esta. Esta moção faz parte de um
processo histórico da luta de todos, da democracia, do direito a lutar, do
direito a ocupar, inclusive para evitar, Ver.ª Fernanda... Sempre chamo a Ver.ª
Fernanda e a Ver.ª Sofia, porque somos três Vereadoras que estamos num
processo...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e senhores que
acompanham os nossos trabalhos na tarde de hoje, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, a proposta trazida a esta Casa para discussão e debate pela Ver.ª
Sofia Cavedon é uma proposta que visa garantir a liberdade de manifestação sem
que haja uma repressão truculenta por parte das instâncias governamentais, para
que os jovens possam manifestar o seu posicionamento, coloquem os seus
argumentos e digam para a sociedade o que pensam. Isso foi conquistado a duras
penas pela sociedade brasileira, o direito de se expressar, o direito de poder
manifestar a sua indignação contra aquilo que acham ser errado. Portanto como é
que nós não vamos valorizar a manifestação do pensamento? O ato de criminalizar
de forma irresponsável as ocupações feitas pela juventude nas escolas estaduais
é a evidência de que a pessoa que está fazendo essa crítica desconhece o que
está acontecendo nesse exato momento dentro dessas escolas. Desconhece, porque
não se inteirou, porque não visitou nenhuma escola, porque não conversou com
esses jovens e manifesta livremente a sua opinião, opinião sectária,
questionável, uma opinião que rotula o movimento democrático. Essas ocupações
estão ocorrendo dentro de uma grande tranquilidade nos espaços escolares, em
muitas escolas. Os jovens estão fazendo mutirões de limpeza nas escolas! A
limpeza que deveria ser garantida pela gestão! As condições, os equipamentos, a
mão de obra para fazer essa manutenção dos espaços públicos deveria estar sendo
fornecida pelo governo estadual, mas o contingenciamento de verbas impede que
as direções que recebem parcos recursos consigam pagar minimamente papel
higiênico, sabonete e a limpeza nesses estabelecimentos de ensino. O que os
jovens estão
reivindicando é qualidade, que está
faltando nas escolas estaduais. O movimento dos professores tentando dar
valorização a sua categoria profissional e melhores condições de trabalho é
uma coisa; o movimento que a nossa juventude está fazendo dentro das escolas é muito
para alertar a sociedade do que está acontecendo lá. Já ouvi inúmeros, inúmeros
discursos, de declarações de pessoas que foram até esses espaços. Uma mãe,
inclusive, manifestou-se num veículo de comunicação, dizendo que ela não sabia
que, há mais de um ano, o corrimão da escola da sua filha dava choque, ela não
sabia. E quando foi lá conversar com a rapaziada, ela percebeu, botou a mão no
corrimão e levou um choque. Gente, que tipo de espaço é esse? Salas de aula em
que verte água do teto quando chove. As crianças têm que se acomodar, se
apertar nos cantinhos, para não tomar um banho. Neste outono gelado que temos
presenciado, estamos no outono, não chegou o inverno. As perspectivas não são
boas quanto à relação climática com as escolas estaduais. E se não houver esse
alerta, como nós, sociedade civil, saberemos o que está acontecendo nesses
espaços. Porque a grande mídia, a grande imprensa silencia, muitas vezes, isso,
colocando essas informações em momentos estratégicos para atender aos seus
interesses.
Então, faço o alerta: a proposta de Ver.ª Sofia é para que,
justamente, nós, a Bancada do PT, tenhamos garantia do direito de manifestação
dos nossos jovens. Uma boa-tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
056/16.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, venho
aqui em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores para fazer a defesa
da Moção de Apoio apresentada aqui, em meu nome e em nome dos Vereadores Sofia Cavedon, Adeli Sell e
Marcelo Sgarbossa, até mesmo para desfazer alguns mal-entendidos a respeito da
proposta que estávamos fazendo. E vou falar me dirigindo ao Ver. João Carlos
Nedel, porque a sua fala foi equivocada, Ver. João Carlos Nedel, pois a Moção
apresentada é uma Moção de Apoio aos jovens e estudantes para que possam se
manifestar de forma livre e democrática, como garante a Constituição
brasileira, sem a violência policial.
A
Moção não fala, em momento nenhum, das escolas, não fala, em momento nenhum, da
greve dos professores, não fala de nenhuma atitude de violência por parte dos
estudantes. O que nós estamos dizendo é que recentemente, há uma semana, quando
a juventude, de forma organizada, foi para a rua fazer um protesto de desacordo
com o Governo que tomou de assalto o Planalto, foram duramente reprimidos pelas
forças policiais do Estado, comandados, Dr. Goulart, pela Brigada Militar, que
obedece ao Governador. Bom, a cavalaria foi destinada para atacar jovens
estudantes de 14, 15, 16, 18, 20 anos, foi usada a tropa de choque, foram
usadas bombas de gás lacrimogêneo, foi usado spray de pimenta, foi usado muito cassetete, foi usada aquela velha
borracha, que a Mafalda dizia que era borracha de apagar ideologias, para bater
na juventude.
Nós
estamos aqui apresentando nada mais que uma Moção de Apoio à juventude pela
livre expressão, pela liberdade de se expressarem, como está na Constituição
brasileira. Então, peço aos colegas Vereadores e Vereadoras para trazerem aqui
o apoio; essa Moção é uma Moção da afirmação da democracia. Eu quero responder
ao Ver. João Carlos Nedel para desfazer o mal-entendido da sua fala aqui. Ver.
João Carlos Nedel, o senhor sabe que eu dialogo, debato muito com o senhor –
apoiamos projetos que vêm da sua autoria, que entendemos que são projetos,
fazemos o diálogo do contraditório, o que é natural. Quero lhe dizer que fui
visitar várias escolas que estão na situação de ocupação. Primeiro, não foi uma
ocupação, porque as escolas estavam funcionando na normalidade. Os professores
entraram em greve por conta da falta do pagamento dos seus salários e pela
falta de estrutura na educação. Os jovens, para não ficarem ociosos, ficaram
nas escolas. Eu fui à Escola Padre Reus, por exemplo, lá na escola vizinha à
residência da Ver.ª Sprenger, e os jovens estão lá organizados, junto com
professores que querem ir à aula. Há uma grade de temas para debater, tem toda
uma organização deles de limpeza da escola. Inclusive quero convidar os Srs.
Vereadores a participarem, porque agora, às 17h30min, eu fui convidado para
fazer uma oficina sobre agricultura orgânica. Irei lá conversar com a
juventude. Fui à Escola Ildo Meneghetti no sábado à tarde. Chegando lá, sabe o
que encontrei? A juventude fazendo a limpeza e o corte da grama da calçada da
escola, junto com vários pais e mães. Eles nos convidaram para fazer na escola
uma horta. Irei lá no fim de semana para construir uma horta com eles na escola
para servir de alimento para a comunidade escolar. Fomos à Escola Glicério
Alves, em Belém Novo, e a juventude já havia limpado, roçado e varrido o pátio.
Em todas as escolas havia uma grade de atividades junto com os professores. Portanto
eu não encontrei nenhum vandalismo, mas não se trata do tema da ocupação das
escolas; a Moção se trata de apoio à juventude para que possa se expressar
livremente. Por isso pedimos o apoio. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras e
Vereadores, senhoras e senhores, a moção proposta é simples, trata-se de uma
Moção de Apoio aos jovens e estudantes para que possam se manifestar de forma
livre, democrática, como garante a Constituição
Brasileira, sem violência policial, até porque é bom lembrar que o art. 5º da
nossa Constituição, no seu inciso IV, diz que (Lê.): “IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato”. Ver. João Carlos Nedel, a lei é clara. É preferível ou não
é preferível que as pessoas digam quem são, filhos de quem são? Em muitos
casos, os pais participam, como aqui já foi relatado. Eu vejo hoje na Internet
que, por trás do anonimato, as pessoas cometem crimes cibernéticos. Nós temos
um Código Penal, e eu estava falando há pouco com o Ver. Reginaldo Pujol sobre
a importância da questão dos direitos. E eu quero lembrar aqui que a educação
está no rol dos direitos fundamentais, que é um dever do Estado, da família e
da sociedade. A educação é um direito fundamental. Os jovens têm que ser
respeitados; os jovens – assim como os adultos, mas especialmente os jovens –,
no seu íntimo, que buscam a construção do aqui e do agora, ainda muitos na
dependência dos seus pais, estão também construindo e palmilhando o caminho do
seu futuro. Nós não queremos uma geração de jovens que viva o drama, o medo, o
temor de proposições esdrúxulas, arcaicas, Ver.
Prof. Alex Fraga, que é professor – fui professor por muitos anos –, de uma escola sem
partidos. Isso é um eufemismo medíocre, baixo, rebaixado, encontrado por
aqueles agentes que financiam algumas instituições aqui no Brasil para passar
uma ideia do atraso e do conservadorismo mais, mais retrógrado, daquele
estilo que estamos vendo hoje naquelas falas desenfreadas do Trump, do Partido
Republicano americano. É esse o mundo que nós queremos? Alguns querem, porque
está aparecendo uma proposição legislativa nesse sentido. Nós não. Nós queremos
que haja livre manifestação, sem violência. Quem ataca, cria e gera a
violência. Voltaire escreveu um texto, um tratado sobre a tolerância, quando a
Europa estava conflagrada em uma profunda violência revolucionária. Ou defendo
a tolerância, sou daqueles que respeita o outro. Para mim, a dignidade da
pessoa humana está acima de partidos políticos, de ideologias. Isso tem que ser
o nosso guia na atualidade. Nós respeitados as posições mais variadas. Não somos
daqueles que por divergências ou por questões pretéritas, ficamos, como se diz
na linguagem corriqueira “cutucando a onça com vara curta”! Quem quiser
provocar a onça, que a provoque. Nós somos pela tolerância, pela dignidade das
pessoas, pela democracia, pelo Estado de Direito e pela educação plena!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra pra
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16.
O SR. DR.
THIAGO:
Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu vinha lendo a proposição,
Ver. Nedel, e V. Exa. trouxe a esta tribuna um debate que está embutido nisso,
a questão das invasões. Pode não estar objetivamente colocado, mas está sim diretamente relacionado. E eu vinha
fazendo aquela reflexão, retornando, e aí convido os funcionários, os
servidores desta Casa, os Vereadores que estavam aqui, a uma reflexão ao ano de
2013, quando esta Casa foi invadida; por questões claramente políticas,
claramente políticas! Aí teve um Vereador que subiu aqui e disse: a Brigada
Militar obedece ao Governador. Eu sei que obedece ao Governador! E quando o
Governador determina que não é para cuidar dos próprios públicos, ela obedece.
E foi o que aconteceu naquele momento, Ver. Villela; houve uma invasão política
à Câmara de Vereadores. Política, claramente política, coordenada
politicamente. Coordenada da garagem desta Casa, no intuito de orientar a
Brigada Militar a não proteger o próprio público municipal. E que rendeu o
prejuízo à população de Porto Alegre de mais de R$ 1 milhão, inclusive, com a
subtração de computadores desta Casa, aqui, Ver.ª Sofia! Houve sindicância! É,
nós acordamos que os jovens têm que se manifestar, mas não aparelhados, não
aparelhados.
A
pergunta que eu faço: o que houve nas escolas de um ano e meio atrás, para
agora? O que piorou tanto!? O que houve? O que piorou tanto? As escolas podem
ter posicionamento político; os médicos não, por exemplo. As escolas podem ter
posicionamento político; os médicos não! O que eu quero dizer é que a gente tem
que defender, profundamente, a educação, e os Vereadores que estão propondo
isso se abstiveram no projeto anterior, que, na minha concepção, investia
fortemente na educação.
Então,
nós temos uma diferença grande de visão desse processo e o nosso pensamento
político não está colocado nesse processo. Essa é uma discussão, é uma roupa
que o PMDB e o PT tem que lavar em casa. Eles que lavem em casa já que eles
concorreram na mesma chapa. Nós não estávamos lá, nós estávamos com outros
grupos. Nós democratas, nós do posicionamento do Ver. Dr. Thiago, fomos muito
claros durante todo esse processo. No processo eleitoral do ano passado, no
processo do ano retrasado, nós estávamos do outro lado! Então essa discussão
CPERS, UNI, contra Governo do Estado; Michel Temer contra Dilma Rousseff, nesse
processo nós não vamos nos meter. Vocês têm que resolver em casa esse processo!
A nossa alternativa para a sociedade é outra; já era outra, vai continuar sendo
outra, e, neste ano, a nossa alternativa para Porto Alegre é uma outra posição.
É uma outra posição para trazer a Porto Alegre um caminho diferente, um caminho
que priorize segurança, saúde e educação; um caminho que dê para a sociedade a
possibilidade de cumprir o seu papel, de o terceiro setor poder trabalhar em prol
da sociedade e poder ser competitivo, e de a sociedade poder ser independente.
Então, o nosso caminho não é esse. Não é a disputa do PT com o PMDB, nós não
vamos entrar nessa disputa. A nossa opção para a Cidade, para o Estado e para o
País é uma opção diferente. É uma opção que certamente, que muito provavelmente
a sociedade brasileira, gaúcha e porto-alegrense acordou para ela. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 056/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que se falou de várias
questões aqui, mas eu quero me apegar à moção que estamos discutindo aqui. A
moção, em nenhum momento, fala em invasão de escola; em nenhum momento ela fala
em impeachment, em nenhum momento ela
não fala em nada. Ela fala em protesto, em manifestação de forma livre e
democrática. Eu fiz isso a minha vida inteira, então, eu acho que não pode
proibir as pessoas de se manifestar e muito menos usar gás lacrimogêneo ou
bater nas pessoas. Eu queria que a Brigada Militar usasse esse gás lacrimogêneo lá no Posto de
Atendimento da Cruzeiro do Sul. Eu queria que a Brigada Militar estivesse lá no
Pronto Atendimento da Bom Jesus. Eu queria que a Brigada Militar estivesse, à
noite, nas vilas de Porto Alegre, nas paradas de ônibus, dando segurança para
os trabalhadores quando chegam em casa. Que não estivesse, aqui na Cidade
Baixa, no Largo Epatur, ou em alguma rua de Porto Alegre, batendo em criança,
em jovem, em trabalhador. É um direito democrático se manifestar; eu me
manifestei a minha vida inteira, em porta de fábrica, em garagem de ônibus, em
canteiro de obra, e eu acho que esse não é o papel da Brigada Militar.
Eu
li e reli toda a moção, e peço que os colegas Vereadores leiam. (Lê.): “Moção
de Apoio: Aos jovens e estudantes para que possam se manifestar de forma livre,
democrática, como garante a Constituição Brasileira, sem violência policial.
Exposição de motivos: Tendo em vista os episódios que ocorreram na
quinta-feira, dia 12 de maio, e na sexta-feira, dia 13 de maio, à noite, quando
estudantes se manifestavam no Bairro Cidade Baixa e foram agredidos por
policiais da Brigada Militar [que todos nós vimos, em todas as redes de TV],
que usaram bombas de gás lacrimogêneo, tropa de choque e armas de choque taser,
prenderam estudantes que se manifestavam contra a aprovação do impeachment e
contra o vice-presidente Michel Temer, além da nomeação para o Ministério da
Educação de um membro de um partido contrário às políticas importantes de
ampliação e acesso ao ensino superior e técnico.
A
Brigada Militar reprimiu de forma violenta e desproporcional os protestos.
Agentes de inteligência da BM de infiltraram no ato, inclusive uma das meninas
foi detida penas porque documentava a ação da BM, além de outras três jovens
detidas violentamente [isso nós vimos na TV, nas imagens de cinegrafistas],
sendo necessário serem levadas ao HPS pelos ferimentos das balas de borracha.”
Usar bala de borracha em adolescentes, em jovens, por estarem fazendo uma
manifestação, eu acho que extrapolaram. Várias vezes, a Comissão de Saúde e a
Comissão de Direitos Humanos desta Casa receberam vários profissionais, nós
mesmos fizemos várias visitas no Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul, e
sempre foi nos dito pela Brigada Militar que não dispunha de homens para
estarem lá. Na Bom Jesus, a mesma questão. Nós tivemos várias reuniões aqui
junto com o Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, dos trabalhadores,
nós tivemos várias reuniões junto com o Sindilojas, com o CDL, para ver a
questão do Centro de Porto Alegre.
Na Rua Voluntários da Pátria, as lojas estão
fechando mais cedo, porque não conseguem trabalhar em virtude da violência. Não
só na Voluntários, mas na Dr. Flores, na Vigário, na Marechal, na própria
Andradas. A Brigada Militar sempre nos diz que não tem um contingente
suficiente de homens, e isso está dito na imprensa também, não é só em reuniões
que se ouve isso. Aí, de uma hora para outra, aparece um monte de brigadianos
com arma, com bala de borracha, com gás lacrimogêneo, para bater em criança.
Pelo amor de Deus, isso é criança! Nós vimos na TV que eram crianças, entendeu?
Eu quero ver quando estiverem invadindo um canteiro de obras para nos bater. Eu
quero ver, quando nós estivermos numa porta de ônibus, quando nós estivermos
numa garagem, irem lá nos bater. Foi um ato de covardia bater em...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA: ...Para
concluir, Sr. Presidente. Eu já fui membro da União Municipal de Estudantes,
como o Cassio, como outros aqui desta Casa, e acho que nenhuma violência é
justificada. A Jussara falou muito bem: são filhos, são netos, bisnetos de
pessoas que lutaram pela democracia neste País. Nós não vamos admitir um Estado
que assume não ter segurança para seus cidadãos usar a segurança contra
crianças. Pelo amor de Deus!
A Moção, em nenhum momento, fala em invasão de
escola. A Moção fala sobre esses atos cometidos na noite dos dias 13 e 14. Em
nenhum momento, a Moção fala em invasão de escola; em nenhum momento, a Moção
fala das escolas invadidas em Porto Alegre, Pelotas, Caxias, Santa Maria, São
Sepé, onde eu estive ontem, Caçapava...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Clàudio Janta, o Requerimento nº 056/16. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 12 votos SIM 05 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, com a presença deste Presidente.
O SR. PAULINHO MOTORISTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação, para que possamos, após a votação da Indicação
nº 026/16, passar à votação do Requerimento nº 055/16. Após retornaremos à
ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Paulinho Motorista. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND. Nº 026/16 – (Proc. nº 1166/16 – Ver. Reginaldo
Pujol) – ao Governo Municipal, que sugere que a publicidade institucional do
município reserve espaço para os veículos de bairro, especialmente das
extremidades da cidade, como a Restinga, Rubem Berta, Lomba do Pinheiro, Mário
Quintana, Santa Rosa, Sarandi e Arquipélago e, muito especialmente, à Ilha da
Pintada.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Indicação
nº 026/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADA.
O SR. WALDIR
CANAL (Requerimento):
Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para
que possamos, após a votação do Requerimento nº 055/16, passar à discussão e
votação do PR nº 004/16. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Waldir Canal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que
possamos, após a discussão e votação do PR nº 004/16, passar à discussão e
votação do PLE nº 045/12 e do PLE nº 004/16. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. MARCELO SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação, para que possamos, logo após a discussão e
votação do PLE nº 004/16, passar à discussão e votação do PLL nº 265/13. Após
retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Marcelo Sgarbossa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 055/16 – (Proc. nº 1207/16 – Ver. Paulinho
Motorista) – requer seja encaminhada Moção de
Solidariedade ao Senhor Leonir Barbosa Strider, integrante da Guarda Municipal
de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 055/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0409/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 004/16, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que concede o Diploma Honra
ao Mérito ao senhor Celso Antonio Lopes.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Mendes Ribeiro: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 23-05-16.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PR nº 004/16. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2452/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 045/12, que altera o art. 1º da Lei nº 5.968, de
20 de outubro de 1987, que declara de utilidade pública a Associação Brasileira
dos Analistas do Mercado de Capitais/Extremo Sul (ABAMEC/SUL).
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Any Ortiz: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 13-05-13.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLE nº 045/12. (Pausa.) Não
há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários da Ver.ª
Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex Fraga.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 0519/16 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 004/16, que
declara de utilidade pública a entidade Assistência Social da Tristeza.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 16-05-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLE nº 004/16. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, solicitando a retirada de tramitação do PLL nº 200/15.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
Em discussão o PLL nº 265/13. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.)
(Após o fechamento do painel eletrônico.) Treze Vereadores presentes. Não há
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às
16h58min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0863/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
institui homenagem ao engenheiro e empresário Pedro Mello, constituída por um
busto.
PROC.
Nº 0994/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/16, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede a Comenda Porto do Sol à Fundação
Thiago de Moraes Gonzaga.
PROC.
Nº 1081/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/16, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede a Comenda
Porto do Sol à Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas (Sobracid).
PROC.
Nº 1199/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/16, que extingue o Fundo Municipal de
Compras Coletivas (FUNCOMPRAS) e transfere os créditos para o Tesouro
Municipal.
PROC.
Nº 0934/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Sérgio Afonso Manica.
PROC.
Nº 0965/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/16, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Elci Leonilda Marcondes o logradouro público cadastrado
conhecido como Rua Um – Chácara da Fumaça I –, localizado no Bairro Mário
Quintana.
PROC.
Nº 0998/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 089/16, de autoria do Ver. Mario Manfro, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Fernando Ritter.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0492/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/16, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
inclui inc. III no parágrafo único doart. 2º da Lei nº 11.213, de 6 de
fevereiro de 2012, alterada pela Lei nº 11.575, de 12 de fevereiro de 2014,
incluindo no rol de eventos excetuados à vedação de realização de feiras no
Largo Jornalista Glênio Peres a Feira da Agricultura Famíliar.
PROC.
Nº 0607/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/16, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que
inclui § 4º no art. 42 e altera o caput
e o parágrafo único do art. 60 da Lei Complementar nº 628, de 17 de agosto de
2009, e alterações posteriores, determinando que, dentre os 5 (cinco) membros
de cada Conselho Tutelar, haja, pelo menos, 1 (uma) mulher e 1 (um) homem.
PROC.
Nº 0779/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/16, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e
do Ver. Alex Fraga, que inclui art. 109-A na Lei Complementar nº 133, de 31 de
dezembro de 1985 – Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto
Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre parcelamento das despesas
com pessoal ativo e com pessoal inativo dos órgãos da Administração Direta e
das entidades da Administração Indireta do Executivo Municipal.
PROC.
Nº 1154/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 012/16, que autoriza o Departamento Municipal de
Água e Esgotos (DMAE) a desafetar e alienar o imóvel de seu patrimônio,
destinado a uso especial, localizado na Rua São Pedro, nº 36, Bairro Lomba do
Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, vou fazer aqui o registro de que estão indo para a CCJ dois
projetos meus que concluem a 2ª Sessão de Pauta. Um inclui a Feira da
Agricultura Familiar no Largo Glênio Peres. Nós queremos ter um momento da
produção da agricultura familiar da Zona Rural de Porto Alegre, da agricultura
sem agrotóxicos, para uma semana, para a divulgação na Cidade, no Estado,
porque aqui o nosso Glênio Peres recebe povo de todo lugar, assim como temos a
Feira da Economia Soldaria e a Feira do Peixe. Parece que esse é o destino, a
melhor vocação daquele Largo. E eu queria o carinho, a atenção e a
sensibilidade dos Vereadores e Vereadoras a partir agora nas Comissões.
O
outro projeto de lei não pude comentar em 1ª Sessão de Pauta, é um projeto de
lei que apresentamos para garantir uma cota mínima na eleição do Conselho
Tutelar, em cada uma das equipes – mulheres ou homens, é uma cota de gênero.
Como a composição é de cinco membros, nós entendemos de propor para esta Casa
avaliar no sentido de garantir a cota de gênero, por exemplo, se forem cinco
mulheres eleitas,
permitiríamos um homem. Mas é óbvio que esta lei é direcionada para a garantia
de que uma mulher componha a equipe regional de cada Conselho Tutelar. Nessa
ideia de que há necessidade da presença da mulher, as quotas têm mostrado que
isso empodera e encoraja as mulheres. E, nesse tema da criança que sofre
violência ou que não tem os seus direitos garantidos, a presença de uma mulher
na equipe é fundamental pela dimensão que ela traz de conhecimento, de
vivência, de sensibilidades.
Eu vou me deter um pouco mais na proposta que
está em Pauta, da Ver.ª Fernanda e do Ver. Alex, que proíbe o Governo Municipal
de parcelar salários dos servidores. Achei interessante, não sei se isso tem
base legal. Todos nós gostaríamos de proibir que os servidores tenham seus
salários parcelados, pois seus trabalhos são realizados todos os dias, durante
o mês inteiro, trabalhos penosos, difíceis, complexos, trabalhos de toda a
ordem que compõem a categoria municipária. Estaremos juntos, portanto. Mas
queremos, aqui, de novo, para encerrar a nossa tarde, celebrar o fim da
polêmica do efeito cascata. A nossa lei de planos e carreiras, de planos de
cargos e salários está corrigida, é virtuosa. Não existe mais gratificação
sobre gratificação. Essa foi uma grande construção de diálogo entre os
municipários, o Governo e esta Casa, e, finalmente, há um reconhecimento da
Justiça de que ela tem essa virtuosidade. E nós queremos, de imediato, Ver.
Kevin Krieger, alertar o Governo que hoje a categoria rejeitou a primeira
proposta apresentada pelo Governo, de parcelamento da inflação, que começaria
só em outubro, num tom muito importante de diálogo. Marcou um dia de
paralisação para o dia 02, para ter um ato na frente da Prefeitura e uma
assembleia geral. A gente sabe que tem aí um feriadão agora, quem sabe o
Governo, na semana que vem, viabiliza diálogo com os servidores para que desta
vez não tenhamos um ano de greve, de estreitamento das relações, de interrupção
do serviço municipal. Já temos tantas questões a resolver no Estado e na União,
quem sabe se pacifica aqui na Prefeitura de Porto Alegre. Então, a nossa
aposta, longe da ameaça do parcelamento, conforme a proposta de precaução da
Ver.ª Fernanda e do Ver. Alex, é que, nesta semana, as negociações evoluam para
a recuperação integral das perdas salariais do ano passado, que é o que os
funcionários reivindicam, e a execução do plano de carreira, a publicação das
promoções, que já foi compromisso da greve anterior. São promoções relativas há
dois anos, ou seja, a Prefeitura pode negociar que passa a publicar e pagar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: ...e, num prazo
maior, pagar os atrasados. Então, me parece que estamos muito perto de um
acerto, de um acordo, e estamos apostando neste diálogo e na pacificação.
Hoje é um grande dia para os funcionários municipais,
professores e todas as categorias. Parabéns a todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; obrigado, Ver. Reginaldo
Pujol, por me permitir falar antes de V. Exa., pois eu queria aproveitar a fala
da Ver.ª Sofia. Acho que hoje é um dia histórico na cidade de Porto Alegre.
Tenho acompanhado o Prefeito Fortunati na luta, Ver. Pujol, nosso Vice-Líder
aqui na Câmara, do enfrentamento e da disputa, e, hoje, nós tivemos uma grande
vitória, uma vitória onde garantimos a tranquilidade, Ver.ª Sofia, de milhares
de trabalhadores municipais; um trabalho, Ver. Cassio, nosso Presidente desta
Casa, que foi coletivo, de todos nós e do Governo, sindicato e lideranças, que
trabalharam unificados para defender o nosso servidor público municipal.
Tivemos uma grande vitória hoje no Judiciário.
Eu queria cumprimentar o nosso Prefeito Fortunati, que trabalhou muito para que
isso acontecesse, mas quero lembrar, também, Ver. Pujol, a Procuradoria-Geral
do Município. Faço questão, Ver. Clàudio Janta, de lembrar a Procuradoria-Geral
do Município, que foi fundamental na defesa de todos os servidores públicos do Município
de Porto Alegre, porque a tese, a defesa é da Procuradoria-Geral do Município.
Em nome da Procuradora Cristiane Nery, que esteve conosco, Ver. Pujol, ao longo de dois meses, fazendo todas
as articulações e as construções do projeto da Procuradoria-Geral do Município,
que chegou, se não me engano, no ano passado, e nós fizemos uma longa
discussão, inclusive convencendo os procuradores e a Procuradoria a reverter
algumas questões no projeto de lei da Procuradoria, em questões que
acreditávamos que deveríamos retornar ao regime antigo, a um regime onde
constassem horas trabalhadas, a diferenciação de quem tem regime de dedicação
exclusiva. E isso, Ver.ª Sofia Cavedon, foi fundamental na defesa e na vitória.
Então, é importante valorizarmos, sim, toda a categoria municipal, que faz
tanto por esta Cidade e que leva os nossos serviços à população de Porto
Alegre.
Eu
queria falar logo após o pronunciamento da Ver.ª Sofia Cavedon, que abordou
muito essa questão. Temos aí momentos difíceis relacionados, em nível federal,
estadual e municipal de situação financeira do Brasil, do Estado do Rio Grande
do Sul e do Município de Porto Alegre, e, não tenho dúvida, Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras, que temos que ter muita tranquilidade e muita habilidade para
procurarmos ajudar o Governo e o sindicato no sentido que cheguem, novamente, a
um consenso, entendendo todas as partes, das dificuldades; e entendendo também
os servidores, que, com toda a inflação que se tem na cidade, no Brasil, para
que possamos, juntos, ajudar o Governo Municipal, a construir junto com o Simpa
– sindicato que representa os servidores públicos municipais – uma solução
coletiva, como fizemos no tão falado, tão discutido projeto do efeito cascata,
que transformamos numa legislação que o poder Judiciário hoje referendou.
Obrigado
pela compreensão e gentileza, Ver. Reginaldo Pujol, pois era importante que eu
falasse após a Ver.ª Sofia Cavedon, que tocou nesse assunto, e eu gostaria
também de trazer a minha colaboração. Esta Casa tem feito um trabalho muito
bom, apesar de alguns órgãos de imprensa não compreenderem o que esta Casa faz.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, ao ceder, ao permitir que o Vereador, Líder do Governo, Kevin
Krieger, se manifestasse antes de nós, eu não sabia qual tema ele pretendia
desenvolver. E evidentemente, se eu soubesse, com muito mais razão teria permitido
que ele se antecedesse à minha manifestação, até porque ele se refere a duas
situações concretas no Município de Porto Alegre, nas quais o espírito
democrático do Prefeito Fortunati contribuiu excepcionalmente para que as
coisas se ajustassem e fossem afinal definidas. E em ambas situações, cascata e
Procuradoria do Município, a circunstância me colocou em perfeita sintonia com
o espírito democrático do Governo Municipal fazendo com que eu ajudasse a
construir, junto com a liderança, as boas soluções que advieram dessa
facilidade que permite o Prefeito Fortunati que a gente trabalhe aqui na Câmara
de Vereadores. Às vezes o meu querido Ver. Kevin reclama de mim: nem parece que
és o Vice-Líder do Governo, estás contrariando o Governo em várias situações! Mas
tudo isso eu tenho feito com a compreensão do Prefeito da Cidade, que realmente
entende que muitas vezes a forma absolutamente canina da fidelidade de não
discutir nada pode não ser a melhor solução. Com uma boa argumentação a gente
consegue algumas situações muito especiais. Por isso, Ver.ª Sofia, V. Exa. que
festeja hoje a aprovação de sua moção, eu diria que não entendi bem uma das
suas propostas que está aqui para ser discutida preliminarmente, e nós vamos,
evidentemente, procurar contribuir para que ela possa alcançar seus objetivos
de uma forma diferente da forma como está escrita: essa história de que em
cinco membros de cada conselho tutelar haja pelo menos um homem e uma mulher.
Eu percebo o sentido e quero honestamente dizer o seguinte, eu não conheço
nenhuma das áreas do conselho tutelar onde isso não ocorra hoje, sem
necessidade de lei. Não podemos esquecer que os Conselheiros Tutelares são
eleitos, e a vontade soberana da comunidade convocada para livremente se
manifestar deve ser por nós respeitada e não ser subjugada algumas situações
que aparentemente até podem ser entendidas como preconceituosas. Eu acho que os
nossos conselheiros tutelares têm repartido muito, bem entre os homens e
mulheres que o compõem, as suas tarefas. Eu mesmo, na minha região, o grupo
eleito é constituído de quatro mulheres e um conselheiro tutelar, e estão
trabalhando muito bem. Na região da Glória, onde, Ver. Kevin, a gente tem muito
relacionamento, também ali predominam as mulheres e o homem que está
participando também tem contribuído muito objetivamente. Não gosto muito de
ficar fixando quotas, porque daqui a pouco, Ver. Dr. Thiago, a gente vai ter
que fazer uma lei pedindo a garantia da presença do homem nos legislativos,
porque até agora tem sido inverso. Mas isso é matéria que a gente pode discutir
com muito mais profundidade agora que a tramitação objetiva vai ocorrer,
passado o exame preliminar, passado esse período de Pauta, vai agora às
Comissões, a Comissão de Justiça vai receber essas matérias, não só essa como
também a outra que diz respeito à ocupação e a vedação da ocupação e à
realização de feiras no Largo Jornalista Glênio Peres, a tentativa de
restabelecer a Feira de Agricultura Familiar, assunto polêmico que já tem
transitado na Casa em outros anos. Iremos ficar atentos a essa matéria...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...E agora
concluindo, Sr. Presidente, já que tenho considerável reforço na minha Bancada,
que é o Ver. Dr. Thiago, nós estaremos vigilantes porque o preço da liberdade é
a eterna vigilância.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h14min.)
* * * * *